Depressão pós parto (DPP) é uma doença relativamente comum que afeta de dez a quinze porcento das mães, nos primeiros meses após o parto, seno a maior incidência entre a 4quarta e a oitava semana.
Sua intensidade pode variar de um nível muito leve até casos graves (mais raramente) e os sintomas mais comuns são: irritabilidade, choro freqüente, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação, desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, ansiedade, sentimentos de incapacidade de lidar com novas solicitações.
A depressão materna tem sido associada a problemas de comportamento durante os primeiros anos da criança, até cinco anos de idade. “A DPP pode se manifestar com intensidade variável, tornando-se um fator que dificulta o estabelecimento de vínculo afetivo favorável entre mãe e filho, podendo interferir na qualidade dos laços emocionais futuros. Há evidências de associação entre a DPP e prejuízo no desenvolvimento emocional, social e cognitivo da criança.”
Em artigo de julho de 2011 a revista Pediatrics traz um trabalho feito na Austrália com mais de 400 crianças, traz um alento para as famílias onde isto acontece, pois mostra que mesmo em mães com quadros recorrentes de DPP, crianças que ficaram sob cuidados formais de creches por pelo menos 3 horas por semana até os dois anos, tiveram menos problemas de ordem emocional e ou cognitivo, e observaram que o mesmo efeito protetor não aconteceu em crianças que tiveram só cuidados informais.
Os autores concluem: “que mesmo pequenas quantidades de cuidado formal (creches) na primeira infância para os filhos de mães deprimidas podem ter benefícios duradouros para a criança.”
Autor: Dr. José Luiz Setúbal
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